Resumo: A problemática sobre a soberania dos dados científicos nacionais tem feito parte da discussão da sociedade civil e das pesquisas acadêmicas nos últimos anos, onde após a pandemia do Covid-19 foi possível dimensionar o impacto da falta de investimentos em infraestrutura digital nas universidades. Este trabalho tem por objetivo discutir a segurança dos dados da produção acadêmica nacional e da própria comunidade científica ao utilizarem plataformas proprietárias de armazenamento de dados das chamadas Big Techs, a partir do estudo de caso da Cooperação USP-Google. A análise feita a partir da perspectiva da Geografia trabalha com os conceitos colonialismo, capitalismo de vigilância, globalização e o meio técnico-científico-informacional onde a produção do espaço está atrelada à capacidade da tecnologia produzir totalidades para expropriar os dados dos usuários para produzir sua riqueza. Para entender a dinâmica em que esta dominação se dá o trabalho faz uma breve contextualização sobre o desenvolvimento da internet atrelada à cibernética, conceito desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial, e como seu pensamento está vinculado ao colonialismo de dados, onde os dados são a nova riqueza do mundo, gerando disputas entre países, como a China e os Estados Unidos, colocando o Sul Global como mero produtor de dados a serem minerados, inclusive os da produção científica, fundamentais para a soberania da Nação.